Líder da greve de 2018 pede que caminhoneiros não trabalhem nesta quarta
Uma greve geral e nacional dos caminhoneiros está marcada para amanhã (19) em todas as regiões do país. Caso aconteça, a paralisação está marcada das 6h às 18h e não deve interferir no trânsito das rodovias.
Segundo Walace Landim, presidente da Abrava (Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores), a paralisação é uma resposta para o ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal). A categoria considera um afronte o adiamento da votação -que estava marcado para quarta-feira- que iria discutir a constitucionalidade da tabela do frete.
Além do adiamento, segundo Abrava, o ministro não indicou quando o tema irá voltar à pauta do Supremo.
FUX ATENDE PEDIDO DO GOVERNO E ADIA JULGAMENTO
Luiz Fux, relator de três ações que questionam a constitucionalidade da tabela do frete, adiou o julgamento no plenário na última quinta-feira (13) e marcou uma audiência de conciliação entre empresas e caminhoneiros para o dia 10 de março. É a segunda vez que o ministro adia o julgamento das ações.
Elas chegaram a entrar na pauta do plenário do STF em setembro do ano passado e, na ocasião, também tiveram sua análise suspensa para se tentar uma conciliação entre as partes. Já foram realizadas uma audiência de conciliação, sem sucesso, e uma audiência pública no Supremo para debater o tema.
TABELA DO FRETE
A tabela do frete, que instituiu preços mínimos para o transporte rodoviário de cargas, foi criada em 2018, no governo Michel Temer (MDB), como resposta a um pleito dos caminhoneiros que estavam em greve. As ADIs (ações diretas de inconstitucionalidade) contrárias à tabela foram ajuizadas pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), pela ATR Brasil (Associação do Transporte Rodoviário de Carga do Brasil) e pela CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).Quando ainda era pré-candidato à Presidência, na época em que as estradas foram bloqueadas, Bolsonarodeu apoio aos caminhoneiros e prometeu revogar eventuais multas se fosse eleito. Depois, passou a criticar os bloqueios quando o efeito do desabastecimento em centros urbanos recrudesceu. “Uma greve [de caminhoneiros] traz problema de abastecimento, pode frear o Brasil todo, pode fazer o PIB cair mais 3%, 4%. Ele [Bolsonaro] demonstrou que está com o ouvido na pista, está ouvindo a turma, está ouvindo o barulho”, afirmou o ministro da Economia, Paulo Guedes.