Sinimbu investe em diversificação através de agroindústrias familiares.
Três agroindústrias foram inauguradas na tarde de ontem. Outros quatro empreendimentos estão em fase de estruturação e conclusão.
O município de Sinimbu realizou na tarde de terça-feira, dia 10, a inauguração de três agroindústrias, localizadas nas localidades de Linha São João e Linha Rio Grande. O ato representa mais um passo do município em direção a diversificação das propriedades, mostrando que é possível investir em outras atividades além do tabaco. Com a inauguração dos três empreendimentos e levando em consideração as outras quatro agroindústrias, que estão em fase de construção e implantação, e a já existente em Sinimbu, o município se aproxima cada vez mais do cumprimento de uma das metas do Plano Plurianual, que prevê a operação de oito agroindústrias familiares no município até o final de 2021.
Com a presença de autoridades locais e regionais, os empreendimentos foram inaugurados nas propriedades, com direito a visitação dos espaços e depoimento das famílias empreendedoras. A primeira agroindústria visitada foi a Ovos Coloniais São João, na localidade de Linha São João, de propriedade da família de Orlando, Marlise, Jarbas e Luciane Knobloch. Em seguida, foi a vez de inaugurar a agroindústria Embutidos Thier, na mesma localidade, sob comando de Jardel, Janete e Jairo Thier. O terceiro empreendimento inaugurado, em Linha Rio Grande, foi a Agroindústria Nossa Terra do casal Janice e Cristiano Hirsch.
Durante a inauguração, o extensionista rural da Emater de Sinimbu, Luis Fernando Marion, ressaltou a importância do trabalho do Corede junto a esses empreendimentos, destacando que o recurso para a implantação da maioria das agroindústrias em Sinimbu é oriunda da Consulta Popular. “Por menor que seja o valor, para nós rende muito. As nossas famílias tem garra e se formos juntos eles assumem os desafios”, frisou o extensionista.
A gerente Regional da Emater, Lúcia Souza, parabenizou as famílias por todo trabalho desenvolvido. “É muito bom vermos toda essa diversificação. A gente sempre lembra o inventivo do Governo do Estado através do Feaper. Sabemos que não é um valor alto, mas faz toda diferença”, relatou.
Já o presidente do Corede – Conselho Regional de Desenvolvimento – Vale do Rio Pardo, Heitor Petry, frisou que a inauguração das agroindústrias é um momento especial dentro do conceito do desenvolvimento. “Pequenas ações dentro do município geram renda e sustentabilidade as propriedades. É possível fazer coisas novas e simples com pequenas ações que transformam”, disse Petry.
A chefe do escritório da Emater em Sinimbu, Paula Sabrina Mallmann, frisou que está claro que além de ter o espírito empreendedor, essas famílias se tornam exemplos diante dos demais produtores rurais. “Sempre tem alguém que dá o primeiro passo e isso motiva as demais famílias. Diante do exemplo dessas famílias, as demais percebem que é possível investir em seu sonho”, completa.
O presidente da Câmara de Vereadores de Sinimbu, Ruben Preuss, saudou as famílias e parabenizou a Emater por incentivar e realizar esse trabalho junto aos agricultores do município. Por sua vez, o secretário de Agricultura de Sinimbu, César Zitzke, afirmou que o empreendedorismo das famílias que ontem inauguraram suas agroindústrias faz a diferença diante do desenvolvimento de Sinimbu e toda região.
O vice prefeito Claus Wagner também desejou sucesso as famílias e seus empreendimentos. Ele destacou a força de vontade e a persistência necessária para que as agroindústrias saíssem do papel, afirmando que é preciso determinação para alcançar os objetivos.
A prefeita de Sinimbu, Sandra Backes, falou sobre a sua satisfação em poder inaugurar três agroindústrias e estar concluindo outras quatro, salientando que o município está cumprindo um dos desafios e metas do Plano Plurianual. “São nesses pequenos empreendimentos que está o desenvolvimento do nosso município. Por isso tantas vezes insistimos para que a comunidade votasse e participasse da Consulta Popular. Por isso a nossa escolha e indicação sempre na agricultura familiar, pois com a Consulta Popular tivemos a oportunidade de auxiliar essas famílias com o Feaper e a concretização dos empreendimentos”, ressaltou Sandra.
REDE ELÉTRICA
Um dos pontos apresentados como dificuldades ainda enfrentadas pelas agroindústrias no município diz respeito a rede elétrica. Conforme as famílias Knobloch e Hirsch, a burocracia e a demora da RGE em transformar a rede existente nas localidades em trifásica, ocasiona algumas perdas e dificulta outros investimentos por parte das agroindústria.
Na Agroindústria Nossa Terra, por exemplo, diversos problemas com a câmara fria, responsável pelo resfriamento e conservação dos produtos, já foram ocasionados devido a instabilidade e baixa potência da rede elétrica. Cristiano conta que espera por melhorias para poder de fato utilizar o equipamento, frisando que com a atual rede não é viável ligar a mesma.
Orlando também destacou este ponto e destacou que a melhoria na rede elétrica beneficiaria toda a propriedade. Ele disse que, além dos equipamentos utilizados na agroindústria, a mudança da rede para trifásica beneficiaria os demais equipamentos elétricos utilizados na propriedades, sendo que poderiam inclusive instalar um misturador de ração. “Hoje, com a rede da maneira que está, não é possível instalar mais um maquinário destes, pois a rede não dá conta”, completa.
Sobre as agroindústrias
– Ovos Coloniais São João: agroindústria da família de Orlando, Marlise, Jarbas e Luciane Knobloch, com produção de ovos coloniais em Linha São João. Já possui licença de operação e já está operando com o SIM – Sistema Integrado Municipal. Está encaminhado e aguarda liberação do SUSAF (Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial, Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte) para poder comercializar os ovos em todo o Estado. Foi construída e implantada com recursos do Feaper, via Consulta Popular 2017, em um valor superior a R$ 34 mil, além de investimentos próprios.
Iniciaram com produção de ovos para consumo próprio em 2012 e com o passar do tempo evoluíram para a comercialização do produto. Em 2017 iniciaram o planejamento da agroindústria junto com a Emater, sendo ela sendo construída em 2018 e iniciando as atividades em 2019. Atualmente contam com uma produção diária de cerca de 40 dúzias de ovos. Destaca-se que a agroindústria é pioneira na região em ter um Qr-Code no rótulo das embalagens de ovos, através do qual é possível obter todas as informações sobre a agroindústria.
– Embutidos Thier: agroindústria de linguiças, salsichão e embutidos de Jardel, Janete e Jairo Thier, em Linha São João. Assim como a Ovos Coloniais São João, já possui licença e está operando com o SIM, aguardando a liberação do SUSAF. Também já encaminhou a inclusão para o Programa Estadual de Agroindústria Familiar. Foi construída com investimento próprio superior a R$ 100 mil.
Jairo já trabalha há mais de 20 anos fazendo linguiça, porém a agroindústria começou a tomar forma há cerca de quatro anos. Atualmente a família produz cerca de 600 quilos de linguiça e salsichão por semana, sendo que os embutidos devem começar a ser produzidos em breve.
– Agroindústria Nossa Terra: agroindústria de processamento vegetal, de propriedade do casal Cristiano e Janice Hirsch em Linha Rio Grande. O carro chefe do empreendimento são o aipim e os doces de frutas em geral. Está pronta, com licenças aprovadas para a operação e comercialização dos produtos. Foi construída e implantada com investimentos do Feaper, via Consulta Popular 2017, num total de R$ 53 mil, além de investimentos próprios.
O casal iniciou o planejamento e implantação da agroindústria ainda em 2015, sendo que na época já forneciam aipim para alimentação escolar no município. Poder entregar o produto dentro das normas foi o que motivou ainda mais Cristiano e Janice para que formalizassem a agroindústria. Atualmente comercializam o aipim congelado e produzem conservas e geleias, além do artesanato rural feito por Janice.
Outros empreendimentos
Além das agroindústrias inauguradas, o município já conta com a Agroindústria Pranke.
O empreendimento de cucas e panificados, localizado em Rio Pequeno, é de propriedade de Iria Pranke e já está em operação desde 2013, implantada com recursos do Feaper, via Consulta Popular do ano de 2012.
O município segue também com a implantação de outros quatro empreendimentos. Veja abaixo:
– Morangoetze: agroindústria de polpa de morangos e sucos, de propriedade de Aloísio Goetze, localizada na localidade de Paredão Felipe Nery. Está aguardando a liberação de recursos via Consulta Popular de 2018 e 2019, somando mais de R$ 58 mil para finalizar a construção. Já está com projeto elaborado e aprovado. Atualmente já conta com a produção de morangos em estufas, através de investimento próprio.
– Agroindústria Branca: investimento sendo feito pelas famílias Spiegel e Carvalho na Linha Branca. O recurso já está liberado e a agroindústria encontra-se em fase de construção, com previsão de conclusão em maio de 2020. Deve iniciar as atividades com a comercialização do produto no final deste ano. Agroindústria sendo implantada com recursos do Feaper, via Consulta Popular de 2018, em um total superior a R$ 56 mil.
– Agroindústria Padilha: empreendimento da família de Guilherme Padilha na Linha Carvalho. A agroindústria de processamento vegetal está aguardando a liberação sanitária e ainda não está em operação. Está sendo implantada com recursos do Feaper, via Consulta Popular de 2014, em um total superior a R$ 52 mil.
– Agroindústria de Panificados: em breve também estará em atividade a agroindústria de panificados da família de Marceli Pitrowsky Heen. O empreendimento está em fase de estruturação.
Crédito: Aline Haag