Fentifumo quer garantia de contratação de temporários dos grupos de risco
A Federação Nacional dos Trabalhadores das Indústrias do Fumo e Afins (Fentifumo) acompanha de perto com seus sindicatos filiados, a preparação das negociações coletivas para o dissídio de 2020/2021. A exigência, por parte das indústrias, em realizar as assembleias de pauta e de negociação de forma presencial esbarra também na garantia de emprego a todos os trabalhadores sazonais do tabaco. Intenção da entidade é criar uma cláusula para garantir o acesso a todos os trabalhadores do setor.
O presidente da Fentifumo, Gualter Baptista Júnior, destaca que existe a necessidade de assegurar as contratações de trabalhadores sazonais de maneira global, sem a exclusão de mão de obra dos chamados grupos de risco, mais sensíveis à infecção da Covid-19. “Um dos itens da pauta serão estas contratações. Queremos saber como as empresas se posicionam a respeito destas contratações sazonais já na próxima safra. Precisamos que estes trabalhadores, colocados neste grupo de maior vulnerabilidade, tenham acesso ao trabalho”, justifica.
O presidente da federação alerta para a necessidade de inclusão desta mão de obra, e que a contratação desta parcela dos trabalhadores precisa ser acertada nas negociações que se aproximam. “O percentual de trabalhadores sazonais oscila nos três estados do Sul. Estimamos que seja algo em torno de 10 a 15%, com pequenas variações entre estados”, projeta.
Baptista Júnior explica que é dever da Fentifumo e dos sindicatos filiados é evitar que ocorra qualquer tipo de segregação destes trabalhadores por conta da pandemia e de protocolos de segurança restritivos, uma vez que o país caminha para a estabilidade e declínio no número de casos e novas infecções com a doença. “Não podemos admitir que haja qualquer prejuízo aos trabalhadores, especialmente à sua dignidade, por isso estamos fazendo este acompanhamento”, complementou o presidente da Fentifumo.
Relembre o caso
No fim de agosto, a federação e os sindicatos associados propuseram às indústrias que, ao invés das assembleias e reuniões de negociação dos dissídios coletivos, em cada data-base da categoria, a indústria fizesse o repasse do índice acumulado dos últimos 12 meses do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
A primeira data-base é novembro, para funcionários da Souza Cruz e JTI. Na sequência são as demais empresas, que precisam finalizar as negociações em dezembro. Já em janeiro de 2021, é a data-base dos empregados da Philip Morris. Até o momento, nenhuma empresa apresentou alternativas aos sindicatos, para a realização das assembleias com os trabalhadores.