Audiências públicas ampliam discussões sobre a COP-10
As Câmaras de Vereadores de Candelária e Rio Pardo recepcionaram, respectivamente, nesta quinta e sexta-feira, a agenda de audiências públicas da Subcomissão em Defesa do Setor do Tabaco e Acompanhamento da COP-10, realizada pela Assembleia Legislativa a partir da iniciativa do deputado estadual Marcus Vinícius de Almeida (PP). O objetivo do grupo, de acordo com o parlamentar, é compreender as demandas e propostas sobre a Conferência das Partes (COP), que terá uma nova edição em novembro, no Panamá.
Marcus Vinícius afirmou em Rio Pardo que é necessário que o parlamento gaúcho dê voz à cadeia produtiva do tabaco. “Precisamos defender o que é nosso, é cultural, econômico, social. É a base estruturante para diversas famílias”, ressaltou. O deputado explicou que, após as reuniões de trabalho, está percorrendo o Estado dialogando com entidades, produtores, lideranças, prefeitos e vereadores, e enviará um documento ao Ministério da Saúde e ao Ministério das Relações Exteriores com a visão do Rio Grande do Sul e o impacto do segmento na economia do estado, para que o Brasil leve a posição dos produtores de tabaco para a Conferência que definirá o futuro do setor em âmbito internacional.
O tesoureiro da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Marcílio Laurindo Drescher, representando a entidade, afirmou que a instituição tenta, mas não consegue ter representação na Convenção-Quadro do tabaco. “Nunca tivemos oportunidade de falar e ser ouvidos na COP. Fomos rejeitados e excluídos. Precisamos falar alto para sermos ouvidos”, disse. Marcílio destacou que a cultura do tabaco é rentável, pois, segundo ele, com poucos hectares, é possível produzir quantidades significativas e lucrativas.
Em Candelária, o prefeito municipal, Nestor Ellwanger, destacou os números da cultura do tabaco no município. São mais de 6 mil hectares de área plantada, envolvendo aproximadamente três mil famílias e um total estimado de 10 mil pessoas na atividade. A movimentação financeira chega a R$ 107 milhões anuais, correspondendo a 14% do Produto Interno Bruto municipal. “Eu sei que há pessoas contra, mas estou falando por mim, que venho do interior, e em nome do meu povo: a fumicultura é muito importante e precisa ser fortalecida”, enfatizou. A Subcomissão em Defesa do Setor do Tabaco e Acompanhamento da COP-10, vinculada à Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca e Cooperativismo da Assembleia Legislativa, apresentará seu relatório final até o dia 12 de setembro.